Laboratório afirma que vacina contra COVID-19 pode reduzir os efeitos da esclerose múltipla
Desde o início da pandemia do coronavírus, empresas farmacêuticas do mundo inteiro iniciaram uma corrida contra o tempo em busca de uma vacina eficaz contra o vírus. No entanto, uma das consequências de tamanho investimento em ciência, é que diversas outras descobertas estão sendo feitas na área da medicina. Na última semama, a BioNTech – empresa alemã que juntamente com a Pfizer criou uma das vacinas contra a COVID-19, afirmou que a mesma tecnologia usada na fabricação da vacina contra a COVID conseguiu reduzir os efeitos da esclerose múltipla em ratos de laboratório.

A pesquisa foi recentemente publicada na revista científica Science, e confirmou que não apenas a progressão da doença foi interrompida, como algumas funções motoras perdidas recuperadas. A tecnologia usa um pedaço de mRNA – material genético para codificar proteínas projetadas de forma otimizada para lutar contra qualquer doença. No caso da vacina COVID-19, ela treina suas células para produzir anticorpos que destroem o vírus antes que ele possa se replicar.

Os cientistas, no entanto, notaram que em relação à esclerose múltipla, que não é um vírus, mas sim um distúrbio do sistema imunológico autônomo, o autoantígeno codificado no mRNA ajudou o sistema imunológico a tolerar proteínas específicas sem comprometer a função imunológica normal, o que interrompeu a progressão da doença e até restaurou a função motora perdida em ratos.

A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune – ou seja, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. Ainda sem cura, os portadores da doença (que hoje afeta 2,5 milhões de pessoas no mundo), podem ter mais esperança em relação à uma possível cura no futuro próximo.
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